27/10/2008
Cantar Camões - Deixem as vossas opiniões...
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Perdigão perdeu a pena
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.
19/10/2008
Um livro
In Infância e Palavra
Luísa Dacosta
Porto, Ed. Asa, 2001
Desejas um tapete mágico que, num abrir e fechar de olhos, te leve aos confins da Terra?
Uma máquina de viajar no tempo, para o futuro a haver, desconhecido, para o passado histórico ou para aquele em que os animais falavam?
Companheiros para correrem contigo a aventura de mares ignorados e de ilhas que os mapas não registam?
Conhecer mundos para além do nosso sistema solar, a anos-luz da nossa galáxia, sem necessidade de foguetão?
Saber a idade de uma pedra ou os mistérios da realidade, das águas, dos bichos, dos pássaros e das estrelas?
Descobrir a arca encantada, onde se guardam os vestidos "cor do tempo", das princesas de "era uma vez", aquelas que se transformavam em pombas ou dormiam em caixões de cristal, à espera que o príncipe viesse despertá-las?
Desfolhar as pétalas do sonho no país da noite?
Abre um livro.
Um livro é tudo isso de cada vez e, às vezes, ao mesmo tempo. Um livro permite-te contactar com outras imaginações, outras sensibilidades.
É a possibilidade de estares noutros lugares, sem abandonares o teu chão, de ouvires pulsar outros corações, de vestires a pele humana de outro ou outros. Sem deixares de ser tu.
E com o livro a varinha de condão não está na mão das fadas, está em teu poder.
É do teu olhar, de cada vez que te dispões a ler, que nascem aqueles mundos, caleidoscópicos, de maravilha – e só desaparecem quando fechas o livro.
Mas, a um gesto do teu querer, voltarão a surgir sempre, sempre, sempre…
Uma máquina de viajar no tempo, para o futuro a haver, desconhecido, para o passado histórico ou para aquele em que os animais falavam?
Companheiros para correrem contigo a aventura de mares ignorados e de ilhas que os mapas não registam?
Conhecer mundos para além do nosso sistema solar, a anos-luz da nossa galáxia, sem necessidade de foguetão?
Saber a idade de uma pedra ou os mistérios da realidade, das águas, dos bichos, dos pássaros e das estrelas?
Descobrir a arca encantada, onde se guardam os vestidos "cor do tempo", das princesas de "era uma vez", aquelas que se transformavam em pombas ou dormiam em caixões de cristal, à espera que o príncipe viesse despertá-las?
Desfolhar as pétalas do sonho no país da noite?
Abre um livro.
Um livro é tudo isso de cada vez e, às vezes, ao mesmo tempo. Um livro permite-te contactar com outras imaginações, outras sensibilidades.
É a possibilidade de estares noutros lugares, sem abandonares o teu chão, de ouvires pulsar outros corações, de vestires a pele humana de outro ou outros. Sem deixares de ser tu.
E com o livro a varinha de condão não está na mão das fadas, está em teu poder.
É do teu olhar, de cada vez que te dispões a ler, que nascem aqueles mundos, caleidoscópicos, de maravilha – e só desaparecem quando fechas o livro.
Mas, a um gesto do teu querer, voltarão a surgir sempre, sempre, sempre…
In Infância e Palavra
Luísa Dacosta
Porto, Ed. Asa, 2001
A imagem aqui apresentada é uma pintura de Giuseppe Arcimboldo intitulada “O bibliotecário”.
Mas afinal quem foi Arcimboldo?A Ana Duarte e a Débora do 8ºB explicam-nos!
Giuseppe Arcimboldo
Nome: Giuseppe Arcimboldo
Nasceu em: 1527
Local de Nascimento: Itália
Morreu em: 1593
Profissão: Pintor
As obras principais de Giuseppe Arcimboldo incluem a série "As quatro estações", onde usou, pela primeira vez, imagens da natureza, tais como frutas, verduras e flores, para compor expressões humanas. A ideia de reproduzir as estações como pessoas já era usada desde a época dos romanos, no entanto este pintor italiano foi o pioneiro na utilização de vegetais de cada época, na composição de rostos humanos.
A partir de 1562 morou em Praga, onde consolidou a sua carreira como artista.
Giuseppe Arcimboldo foi admirado como artista pelos três monarcas, sendo eles, Fernando I, Maximiliano II e Rodolfo II. Tornou-se pintor da corte e chegou a ser nomeado Conde Palatino.
Um exemplo, que explica o ambiente cultural original de Giusepe Arcimboldo, é a Câmara de Arte e Prodígios, um núcleo do museu de Praga. Durante os reinados de Maximiliano II e Rodolfo II, com a ajuda de Arcimboldo, este núcleo teve a sua atenção focada em achados exóticos.
A Câmara reunia os mais diversos objectos estranhos, registros de pessoas com anomalias físicas (desde anões até gigantes), animais, frutas, legumes de diversas espécies, provenientes de todos os continentes. Ali Arcimboldo teve condições para fazer estudos para suas obras, observar o pormenor de cada elemento representado, representando-os em seus mais ricos e finos detalhes.
As paisagens de Arcimboldo eram antropomorfas, nas quais corpos e faces humanas são sugeridos pela representação dos relevos, das árvores, das pedras, e de outras coisas de uma paisagem, uma série delas ligadas à natureza.
Nalgumas paisagens, o artista faz referência ao género de retrato, preservando a riqueza do retrato cortesão, mas construiu seus personagens a partir de imagens da fauna e da flora, elementos que, no século XVII, estariam presentes no novo género da natureza morta.
Ana Isabel Fonseca Duarte, n.º4 8.ºB
Disciplina de LEituraR
Vendas Novas, 29 de Setembro de 2008
Giuseppe Arcimboldo (1527 — 1593) foi um pintor italiano.
Iniciou seus trabalhos em Milão, com seu pai, mas atingiu a fama em Praga, sob a protecção do Imperador Rudolph XI. Suas obras principais incluem a série "As quatro estações", onde usou, pela primeira vez, imagens da natureza, tais como frutas, verduras e flores, para compor fisionomias humanas. A ideia de reproduzir as estações como pessoas já era usada desde a época dos romanos, no entanto Arcimboldo foi o pioneiro na utilização de vegetais de cada época, na composição de rostos humanos.
Assim como foi com a maioria dos artistas maneiristas, após a morte de Arcimboldo o interesse por sua obra diminuiu, chegando quase ao esquecimento, talvez pela estranheza que podem causar suas imagens. Foi apenas no século XX que este e outros maneiristas foram resgatados, recebendo a atenção e o valor que merecem.
Débora Lúcio 8ºB
01/10/2008
De novo a leiturar
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